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O processo de formação de um cirurgião plástico exige muito tempo e dedicação absoluta. São 6 (seis) anos de faculdade de Medicina, 2 (dois) anos de Residência Médica em Cirurgia Geral e, completando, mais 3 (três) anos de Residência Médica em Cirurgia Plástica em instituição reconhecida pelo Ministério da Educação e pela Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica, sendo a SBCP responsável por, ao final desta formação, aplicar provas rigorosas para outorgar, ou não – o Título de Especialista ao Médico.

Tanto empenho do cirurgião plástico brasileiro é reconhecido internacionalmente. O Brasil é, atualmente, referência mundial em Cirurgia Plástica, com mais de 300 mil procedimentos cirúrgicos de cunho estético por ano, sem considerar as reparadoras. Esse número só é superado pelos Estados Unidos, que possui uma população bem maior que a nossa.

O Brasil ocupa o segundo lugar no ranking mundial de cirurgias plásticas,só perde para os EUA. Segundo pesquisa do Ibope encomendada pela coordenação do XI Simpósio Internacional de Cirurgia Plástica, no ano de 2009 foram realizadas no Brasil 645.464 cirurgias plásticas, sendo 443.145 cirurgias estéticas (69%) e 202.319 cirurgias reparadoras (31%). Ou seja, 1768 cirurgias por dia.

A SBCP é a autoridade máxima em Cirurgia Plástica no Brasil. Dentre suas várias atribuições, uma das mais fundamentais é a sua competência para julgar e certificar, através do Título de Especialista, o preparo e a qualidade dos cirurgiões plásticos.

Entretanto, a Legislação Brasileira, não exige de nenhum médico o título de especialista como obrigatório para atuar em qualquer especialidade. Já o Conselho Federal de Medicina repudia tal conduta por parte dos médicos, porém está limitado a aplicar apenas punições disciplinares.

Este cenário favorece a proliferação de médicos oportunistas, sendo estimados dados que talvez mais da metade das cirurgias plásticas sejam praticadas por não especialistas. Em muitos casos, os pacientes desconhecem essa situação, assim como desconhecem os riscos a que estão expostos, desnecessariamente.

De fato, não há como negar a importância do Título de Especialista. Segundo divulgados pelo Conselho Regional de Medicina do Estado de São Paulo (CREMESP) do total de sindicâncias abertas nesta Casa por erros médicos em cirurgias plásticas, 97% são de médicos não especialistas, ou seja, deixar de verificar se o médico é especialista não é uma decisão nada inteligente…

Felizmente, o paciente só correrá esse risco se quiser. Existem duas formas de se executar pesquisa, via internet, para verificar se o médico em questão é realmente um cirurgião plástico especialista.

Inicialmente, com o nome do médico ou seu número de CRM, qualquer um pode entrar no site da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica e verificar facilmente se o médico está devidamente cadastrado. A ausência de cadastro indica, sem erros, que o médico não é um especialista.

Outra pesquisa a ser feita é no site do CREMESP. Neste cadastro, deve ser observado se há o registro de Cirurgia Plástica e se o médico está em condição (Ativa). A importância desta pesquisa se dá pelo fato de que médicos em especialização – cursando Residência Médica de Cirurgia Plástica – podem estar cadastrados na SBCP, porém ainda não estão aptos a registrarem a especialidade no Conselho. Neste caso, não são especialistas, ainda

Uma dúvida freqüente que as pessoas se deparam quando vão escolher seu cirurgião plástico é como selecionar os melhores. A Medicina é uma área extremamente técnica e científica, portanto o critério mais fidedigno para julgar um médico é através da sua formação acadêmica que constitui a base e alicerces de seu conhecimento. É curioso notar que, em todos os processos seletivos para contratação de profissionais, a análise é curricular é um pré-requisito em qualquer empresa. Porém, quando as pessoas querem contratar um médico, que também é um profissional e que vai lidar com a sua vida, simplesmente negligenciam essa poderosa ferramenta de triagem.

Todos sabem que no Brasil a Educação é desigual e, muitas vezes, de qualidade duvidosa. Em Medicina não é diferente. Ao mesmo tempo em que temos as melhores escolas médicas da América Latina, também temos as piores. Anualmente, o CREMESP aplica exames de proficiência a médicos que acabaram de se formar. Os resultados são alarmantes e comprovam a importância da formação acadêmica. Sempre mais de 50% dos médicos são reprovados e, mesmo assim, recebem seu registro para exercerem a profissão (já que esse exame, por lei, não tem poder de crivo como o da OAB). Observando mais profundamente esses resultados, cujos estudos são sempre publicados no site do CREMESP, é possível notar uma nítida divisão: de um lado, com notas elevadas, estão os médicos de universidades de 1ª linha, em geral, públicas. De outro lado, com notas vergonhosas, estão os médicos formados geralmente por universidades particulares com fins comerciais, que não possuem nem hospitais universitários para o ensino médico, obrigando seus alunos a aprenderem Medicina apenas com seus livros. Atualmente, o CFM (Conselho Federal de Medicina) faz campanha ferrenha para o fechamento de inúmeras faculdades particulares de péssima qualidade, mas esbarra na questão política.

Enquanto esse impasse não é resolvido, cabe a cada um fazer sua parte e averiguar o currículo do cirurgião plástico antes de se decidir. Sem dúvidas, os melhores profissionais têm origem nas melhores universidades. Sempre que o Jornalismo faz matérias sobre Medicina, esses são os médicos procurados, por serem referência. Não que cirurgiões plásticos de outras faculdades não possam ser bons. Algumas vezes até são. A questão é que a cirurgia plástica não é SUS e tem um custo que não é baixo. Portanto, cada paciente tem o direito de usar critérios objetivos para investir seus recursos com sabedoria.